A atração entre Lua e Terra nos leva a Beaujolais e ao Chile como os vinhos indicados para o signo de câncer.

Seguimos com o nosso artigo mensal (até completarmos a volta do zodíaco) para tentar sugerir quais os melhores estilos de vinhos para cada signo, considerando o conceito de sinastria da Astrologia, que fala da compatibilidade entre signos. Estamos no período do signo de Câncer (entre 21 junho e 21 julho). Importante assinalar que há variações para as datas fronteiriças entre signos, já que a cada ano o Sol começa a transitar nos signos em horários distintos. Por isso, há quem diga que o signo de Câncer termina em 22 de julho. O único jeito da pessoa saber se está em um signo ou outro, quando nasce nesse limiar, seria fazer o cálculo do mapa astral, levando em conta o ano de nascimento.

Conforme já apontado pelo Zodíaco dos Vinhos, os cancerianos têm como elemento e astro regentes a água e a Lua, respectivamente. Isso os influencia a serem pessoas muito sensíveis, emotivas e imaginativas, pois todos os signos de água possuem uma vibração mais cadenciada pela imersão em camadas de profundidade do mundo líquido. Por sua vez, a Lua, o único satélite natural da Terra, tem grande impacto em nosso cotidiano e o canceriano, como alguém regido por ela, não seria necessariamente lunático, mas emocionalmente suscetível ao seu entorno.

Este é o signo mais rotulado como “romântico” e, por serem muito afetuosos e sensíveis às instabilidades da vida, buscam romances intensos e duradouros. Normalmente, os textos sobre sinastria para Câncer afirmam que o melhor encontro seria com pessoas com quem ele possa construir uma relação amorosa sólida, um lar, uma família. Escolhi dois signos cujas análises considerei mais assertivas, ambos de Terra: Capricórnio (complementar de Câncer) e Touro.

O signo complementar é sempre indicado na sinastria como aquele que te complementa; não necessariamente porque há uma identificação total, mas porque as diferenças entre um e outro signo não chegam a ser destrutivas, pelo contrário, podem equilibrar os seus perfis. E isso é justamente o que se diz a respeito do encontro entre Câncer e Capricórnio: ambos buscam algo mais sólido e Capricórnio, um terráqueo mais comedido, que planeja bem o seu futuro, pode funcionar como um porto seguro para o canceriano, embora possa aborrecê-lo com seu pragmatismo.

Indo para o campo dos vinhos, os vinhos capricornianos não têm um perfil estilístico muito definido – dentre os três que indiquei no Zodíaco dos Vinhos para diferentes decanatos, os estilos são distintos. O fato que os une é serem cases de sucesso. Aqueles que me parecem mais encantadores para o canceriano seriam os vinhos do primeiro decanato, produzidos com a uva Gamay, na região de Beaujolais, na França. Trata-se de um vinho capricorniano dócil, ainda impactado pela proximidade com o signo que o antecede (Sagitário) e bem posicionado em seu marketing festivo.

A Gamay certamente seria a versão capricorniana mais convidativa para arrebatar o coração mole do canceriano. Desde os vinhos jovens, leves, frutados, que anunciam a nova safra na França, chamados de Beaujolais Nouveau, aos Crus Beaujolais, vinhos mais consistentes e com maior potencial de guarda, os vinhos da Gamay são aromáticos, pouco tânicos, expressam muita fruta e te convidam a beber sem medo. São empáticos como o canceriano gosta.

A segunda sinastria seria com Touro, outro signo do elemento Terra, associado também ao planeta Vênus; um planeta quente e brilhante, que corresponde à Afrodite, na mitologia grega, Deusa do Amor e da Beleza. O taurino busca rotina, estabilidade e relações sólidas, mas tem o perfil caloroso e atraente de sua deusa inspiradora. Normalmente tido como aquele que gosta de se entregar aos prazeres da mesa e do sexo, mas de modo bem fiel ao parceiro. Me parece a melhor sinastria para Câncer.

Indo para o campo dos vinhos, os vinhos dos três decanatos de Touro apresentam certa semelhança estilística entre si, por serem mais encorpados, encarnados como os taurinos gostam de ser. São vinhos densos e mais redondos, já que o que lhe dá corpo é especialmente o álcool, o açúcar, enquanto a acidez e taninos são menos marcantes.

Dentre as opções, escolhi a cepa clássica (segundo decanato) do taurino para fazer par com o canceriano. Trata-se da Carménère, cepa emblemática do Chile, que faz um vinho tinto rubi, com aromas de frutas vermelhas compotadas, alto álcool e baixa acidez – um vinho com uma gordurinha a mais, daqueles que gosta de passar o dia na cama, rodeado de guloseimas, vendo série e fazendo amor! Carménère é o vinho, e esse cenário cai como uma luva para um encontro entre um taurino e um canceriano!

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