O Domaine Clos de la Chapelle fica em Volnay (que o filme Mondovino jamais me deixará esquecer). Os vinhedos, que pertenceram a ordens eclesiásticas, se tornaram bens nacionais com a Revolução Francesa e, posteriormente, foram adquiridos por duas famílias produtoras que se sucederam, uma delas proprietária por quase 150 anos. Só em 1937, ganhará o nome de Clos de la Chapelle.
O proprietário me recebeu no escritório da sede da vinícola (que conserva seu perfil medieval). Ao darmos início à nossa conversa surpreendentemente, ele me disse: – Do you speak english? (com sotaque norte-americano). Eu disse: – Yes, why not? A gente se vira…é meio difícil virar a chave para o inglês, diante do esforço para retomar o francês depois de dois anos sem falar, mas funcionou. Aí, ele me contou a sua história. Mark O’Connel era empresário do mercado financeiro norte-americano, que estava sempre na Europa a negócios e amava vinhos. No meio das viagens, sempre escapulia para visitar as regiões de vinhos. Em Beaune, comprava muito e enviava aos EUA. Um dia, surpreendentemente, foi convidado para participar de uma sessão do famoso Leilão do Hospices de Beaune e adquiriu seu primeiro lote de vinhos para engarrafar.
Ficou alucinado com aquilo tudo e, pouco tempo depois, foi informado que três pequenas e valiosas parcelas dali estavam à venda : os Premiers Crus Pommard Les Chanlins, Volnay Carelle sous la Chapelle e Volnay Clos de la Chapelle. O proprietário anterior estava desanimado, diante do desinteresse dos filhos em seguir adiante no negócio dos vinhos. Ligou para a esposa e falou que se tornaria um vigneron! Sua vida mudou….deixou o mercado financeiro, comprou mais 8 AOCs, todas classificadas em Premier Cru e Grand Cru e hoje o Domaine Clos de la Chapelle tem 11 terroirs em 4ha de vinhas. Mark divide seu tempo entre a Borgonha e os EUA e parece feliz da vida.
Seus vinhos tem um público de vinhos raros.Com o desastre da safra de 2021, há vinhos com pouco mais de uma barrica. Fomos degustando um a um e o que não bebíamos retornávamos à barrica. É como beber ouro líquido!
Para ter uma experiência mais diversificada, optei por distribuir as minhas visitas a Borgonha em 3 áreas : o núcleo top da Côte-d’Or (que inclui Côtes de Nuits e Côte de Beaune) e a Côte de Chalonnaise – logo abaixo da Côte de Beaune. Ficaram de fora outras áreas importantes, de perfis distintos, como Chablis, Maconnais e Beaujolais (que, oficialmente, ainda é parte da Borgonha). Na verdade, com exceção de Chablis, que fica um pouco deslocada a norte, há uma grande sequência entre Dijon e Lyon, com distâncias que, para as nossas dimensões territoriais, não significam tanto. Fui a Rully visitar a Domaine e fiquei muito satisfeita com a visita. De certo modo, ela confirmou para mim que, embora bem próxima à Côte-d’Or, a Côte Chalonnaise pode apresentar muitas semelhanças geoclimáticas, mas uma relação preço/qualidade bem atraente.
Cécile Mathiaud ,do Bureau interprofissional da Borgonha fez a conexão com a Domaine Briday, fundada em 1976 pela família Briday e hoje administrada por Stephane e Sandrine. Recepção calorosa, Stephane mostra muito vigor no sentido de potencializar a qualidade e visibilidade da região.
Gostei bastante dos vinhos, que, de fato, me confirmaram a premissa do preço/qualidade. Sua produção integra vinhos brancos e tintos da AOC Rully e Mercurey (a norte da Côte Chalonnaise), além de Bourgogne regional, Crémant de Bourgone e os surpreendentes vinhos brancos da cepa Aligoté da AOC Bouzeron, cepa branca menos prestigiada da Borgonha, mas que muito me surpreendeu.
Outra coisa que percebi é que os vinhos dali estão acessíveis mais cedo ao consumo. Degustei muitos vinhos de AOC’s prestigiadas da Cote-d’Or, incluindo Premiers Crus e Grands Crus e, muitos deles, embora, de qualidade perceptível, precisam de tempo para mostrar a sua melhor forma. E, assim, a Côte Chalonnaise fica mais acessível ao bolso e ao consumo jovem. Os vinhos da Domaine Briday ainda não são importados pelo Brasil, mas certamente serão.
Após essa visita, nas proximidades de Rully, uma visita mais rápida pela grande e já consagrada Domaine Faiveley em Mercurey, que também ratificou essa percepção.
Na minha passagem pela região de Champagne, em outubro de 2021, fui conhecer uma produção bio, em Faverolles-et-Coëmy, pouco a noroeste de Reims. Chama-se Maison Francis Boulard, uma vinícola de gerações de produtores e que hoje tem como enóloga Delphine Boulard.
Um dos motivos da visita foi a presença significativa da Pinot Meunier em seus vinhos. Das três cepas autorizadas para o Champagne, esta é a menos consagrada, apesar de compor uma boa porcentagem dos vinhedos da região.
Degustamos toda a gama de produtos, desde o Murgiers, com maior presença da Pinot meunier, passando pelo Blanc de Blancs (100% chardonnay) ao espetacular Champagne Petraea, feito de Reserve perpetuèlle (o método solera champenoise, que é uma guarda renovada e misturada de vinhos de várias safras. Este começou seu percurso em 2012, um milllesime especial em Champagne.
Juntamente com Cédric Grelin, curador dos vinhos do PNR Group (Edega e Mon Vin), visitei em Reims os escritórios e em Vertus a produção do Champagne Barons de Rothschild, único projeto em que as três famílias Rothschild (Lafite Rothschild, Mouto Rothschild e CH Clarke) assinam juntas e que já está dando excelentes frutos. O portfolio é enxuto e focado em Champagnes com um estilo bem próprio de pequeno volume e alta qualidade. Fiquei bem impressionada com a finesse dos produtos, que investem especialmente na presença da Chardonnay nos assemblages (só trabalham com Chardonnay e Pinot noir). O Brut é o mais comercializado mundialmente, mas eu me apaixonei pelo Blanc de Blancs e pelo rosé de leve maceração, de extrema precisão. Não é a toa, pois além dos vinhedos que dão origem aos cortes, equipamente de primeira linha, há um jovem mas já experiente enólogo, cujo conhecimento muito me impressionou. Chegamos a provar alguns vinhos base do Champagne muito interessantes. Há 3 vintages (produzidos em safras especiais) já prontos: 2006, 2008 e 2010. No Brasil, o 2006 ainda está disponível e Champagne Vintage com o tempo vai ficando uma maravilha, ganhando notas de evolução, que muito me agradam!!! Eis algumas fotos dessa experiência incrível!!!
Falar da Borgonha é quase pedir a benção aos monges…é um desafio entender toda a estratificação de um território cheio de significados que se impõem de forma quase mística. Aparentemente, o seu desenho preciso de apelações, muros, montes dourados e preços ilimitados já se tornaram templos e enunciados. A percepção de sua qualidade sensorial é muito sofisticada, cheia de nuances e às vezes insinua mais do que revela….a gente “bate cabeça”!
Mas não se pode usar o seu terroir em vão. Seja pequeno produtor, negociante, gerações familiares, cooperativas…a Borgonha é território sagrado ! Minhas visitas começaram pela Domaine Jean-Claude Boisset, situada a Nuits-Saint-Georges (Cotes-de-Nuits), onde no passado fora habitado pelas Ursulinas, uma ordem religiosa feminina, que se estabeleceu na região no século XVII e que, no século XVIII construiu uma vinícola (Cuverie des Ursulines) inspirada na trajetória dos astros, buscando uma espécie de fusão entre o terroir bourguignon e a energia cósmica.
A Borgonha teve forte presença dessas ordens religiosas que possuíam muitas terras, desmanteladas na Revolução Francesa e depois adquiridas pouco a pouco pela emergente burguesia. A Domaine Jean-Claude Boisset existe desde 1961 e se estabeleceu ali a partir de 1983. Suas instalações são um espetáculo – misto da ambientação histórica ursulina e de uma vinícola moderna de porte internacional. A produção inclui uma gama enorme e diversificada de vinhos brancos e tintos de diferentes AOC’s regionais, comunais, 1ers Crus e Grands Crus da Cotes de Nuits (onde se encontra), Cotes de Beaune, Chablis até o Maconnais.
Degustei uma diminuta, mas generosa amostra desse universo.
Seguindo minha exploração da Borgonha, a próxima parada foi no vilarejo Saint Romain, que fica na Cotes de Beaune, a sul e a leste para quem sai de Beaune. Ali o nosso olhar se desloca dos vinhedos para uma bela paisagem. Saint Romain se situa em uma região mais alta ao pé de uma grande falésia. Sua vista é lindíssima e vale se deslocar até a parte mais alta para apreciá-la. Apesar de ser considerado um dos primeiros santuários galo-romanos, o vilarejo conta hoje com cerca de 200 pessoas – cerca de 1/4 população que habitara a comuna antes da Filoxera.
A AOC foi registrada em 1947, pra a produção de brancos e tintos. Seus principais vinhedos se chamam : Sous le Château, Sous la Velle e Sous Roche e fazem referências a elementos que constituem a paisagem local. Saint Romain não tem AOC 1er Cru ou Grand Cru, mas está muito próxima de várias AOCs mais prestigiadas, como Pommard, Volnay, Mersault. Foram desses vinhedos que vieram alguns dos vinhos que degustei no Domaine Henri & Gilles Buisson, 8a geração de uma família de produtores de vinhos.
Hoje são vinificados por dois irmãos Buisson, que trabalham com agricultura biodinâmica. Vinhos muito bons, sendo que os de Saint Romain não ficam pra trás das AOC’s mais famosas, também produzidos pela vinícola. Destaque para a riqueza aromática e o paladar fresco e mineral dos brancos e para a boa relação preço/qualidade, especialmente dos de Saint Romain. Vinhos importados pelo PNR Group no Brasil.
Minha parada seguinte na Borgonha foi lá no alto da Côte de Nuits, em Marsannay, primeira AOC na linha que vai de Dijon a Beaune – destino: Domaine Olivier Guyot, acompanhada de Cédric Grelin , curador dos vinhos do PNR Group . Olivier é uma figura muito interessante, o verdadeiro vigneron, que vai do vinhedo à cave até o escritório, administrando de perto seus negócios. Ao lado de seus barris, numa cave acolhedora e intimista, Olivier nos serve uma taça e aponta para o mapa da multifacetada divisão de AOCs da Borgonha, descrevendo com intimidade as particularidades daquilo que caracteriza cada local. Lamenta o desastre quantitativo da safra de 2021, mas nos brinda com algumas maravilhas da abençoada safra de 2018. Apesar do porte familiar (seu filho mais novo acaba de estrear no campo da produção), a produção é diversificada com rótulos de distintas AOC’s da Côte de Nuits. Posso afirmar que nada é apenas regular. Até o simples Bourgogne Pinot Noir dessa Domaine é de grande correção. Gostei bastante do Marsannay La Montagne Blanc e o Chambolle-Musigny 1er Cru Les Baudes é pura finesse!!! Produz também 1er Cru Gevrey-Chambertin e Grand Cru Clos de La Roche Morey-St-Denis. DOMAINE OLIVIER GUYOT É PURO SANGUE, TOP !!!
Vertical Erasmo 2009 a 2012
Já conhecia o vinho Erasmo de outros carnavais e tinha inclusive uma garrafa da safra de 2011. Recebi com muita alegria o convite do David Giacomini para participar de uma degustação vertical do Erasmo, produzida em parceria com a ABS Rio. David é um brasileiro produtor de vinhos no Chile (Vinícola La Recova) e também responde pela Importadora Novo Chile no Brasil. Já tive oportunidade de participar de uma degustação com outros produtores do catálogo e de fato são bons vinhos, não apenas por serem bons, mas porque são vinhos engajados – querem exprimir uma filosofia de vida, uma identidade cultural. E isso é muito bacana.
Com o Erasmo não foi diferente – a origem é o Valle de Maule, grande região do Valle Central do Chile, de certo modo voltada a vinhos mais simples, de alto giro, mas ao mesmo tempo muito identificada com as origens da viticultura chilena. É ali que se destaca a cepa nativa País.
Erasmo está num segmento do Maule chamada Secano Interior, onde se encontram vinhas antigas, que sobrevivem há décadas sem irrigação. O produtor é o Conde italiano Francesco Marone Cinzano, proprietário da vinícola toscana Col d’Orcia, que dirigiu a degustação e falou sobre a criação do vinho e a reabilitação de La Reserva Caliboro, uma cantina instalada no Valle de Maule desde o século XIX.
Descobriu videiras centenárias pre-filoxera, trouxe cepas europeias e navegou entre o resgate da tradição e a aplicação de benefícios da enologia moderna para fazer um vinho que representasse esse renascimento regional. Achei muito bonito escutar a forma pela qual ele enfatiza o objetivo de preservar e expressar a essência do território. O vinho não é só o que está na taça – ele conta a história do lugar, de seus trabalhadores, das ovelhas e abelhas que estão nesse habitat etc. Não é a toa que o nome Erasmo é o nome de um agricultor local, que o ajudou desvendar a região.
Sendo assim, era de se esperar uma viticultura que está entre o orgânico e o biodinâmico e uma utilização da madeira e de outros recursos enológicos, dentro de limites que preservem a expressão do terroir. Baixo rendimento, vida longa e notável diferença entre safras expressam o perfil do vinho e diferenças ligadas às condições climáticas anuais. Há Erasmo de várias cepas, mas este é o original, com corte bordalês. A safra 2009 está prontíssima, excelente, um bouquet de finesse, com aromas de especiarias, noz moscada, louro, pimenta branca, num fundo de frutas vermelhas delicadas. Esses mesmos aromas acompanham o seu paladar fresco, os taninos finos e um agradável fim de boca. Este é o 2009 e os outros seguem na mesma linha, com diferenças de estrutura. A safra 2012 está menos pronta, mas mostra uma potência elegante que promete um belo apogeu.
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Ornament Reserve Mavrud 2016
Um búlgaro encantador nos apresenta o potencial qualitativo dessa região, com um histórico vitivinícola importante e marcado pela particular trajetória político-econômico-religiosa da Bulgária. Mavrud é a cepa que dá vida a esse vinho encorpado na medida. Sua boa acidez, aromaticidade, qualidade tânica e correto uso da madeira resultam em um belo conjunto…majestoso – sem exceder. Seus aromas passeiam entre os frutados da cepa madura em evolução e as notas da interação com a madeira. Eu sou muito reticente com madeira nova, mas essa soube conceder graça sem se sobrepor à consistente personalidade da cepa. Belo vinho importado pela @winelands!
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Alpasión Malbec 2018
Com vinhedos plantados em altitudes que chegam a 1500m no Alto Valle de Uco (Los Chacayes), o Projeto Alpasión resulta da união de amigos apaixonados por vinhos de origens distintas, que assinam os vinhos com suas digitais. Os vinhos confirmam a feliz tendência de busca por uma vitivinicultura menos intervencionista e com vinhos bem balanceados no Novo Mundo. O enólogo chef da vinícola é um dos grandes expoentes da atual produção argentina Karim Mussi, grande conhecedor de vinhedos de altitude.
Há duas linhas principais: varietais com mínimo uso de carvalho, apresentando expressão mais jovial e frutada da variedade no terroir de altitude e a linha Grand, com vinhos de mais complexidade e apropriados para guarda. Este pertence à primeira linha e entra muito bem, já mostrando o estilo de produção. O vinho não é filtrado, é purista e nos ilustra como a influência do terroir pode fazer de um Malbec de quase 15 graus alcoólicos um vinho tão fresco. Muitas frutas vermelhas e pretas e notas balsâmicas no nariz. Na boca, taninos macios e uma acidez gulosa, nos convida a beber mais.
Como acompanhamento, sugiro a tradicional empanada criolla ou uma massa com molho ao sugo e manjericão – conclusão nossa, a partir da degustação e algumas experimentações com a turma do Passaporte 1 CAFA. Importado pela @monvin @edega
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Finca Enguera Blanc
Vinho branco de uma diferente: verdil de vinícola da região de Valência. Um vinho fresco, com aromas florais e notas criticas, bom equilíbrio de notável acidez com bom volume em boca. Vinho de entrada, fresco, saboroso e boa relação preço/qualidade! Importado por @premiumwines
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Eugen Müller Forst Charisma Riesling Trocken
Sem a complexidade dos rótulos alemães, a proposta aqui parece ser fazer um vinho de entrada encantador…seco, frutado e mineral, na medida. Ele de fato tem CARISMA. Aroma aberto que passeia entre o jasmim, frutas, como melão, pêssego e goiaba brancos, abraçadas pelo cítrico do limão siciliano e um fundo mineral discreto, delicado.
Na boca, ele entra amplo, com muita fruta madura, envolvida por uma acidez cítrica que respeita o tempo da fruta no paladar e cresce no final, gerando picancia e salivação. Delícia para beber só ou acompanhar entradas, comida japonesa e pratos de peixes delicados. Importado por @decanterwines
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Duca Carlo Guarin Vignie Vecchie Primitivo
A família Guarini se estabeleceu desde 1065 na região de Salento, Puglia, Itália. Gerações e gerações cresceram produzindo vinhos e azeites. Participei de uma live da Duca Carlo Guarini Azienda Agrícola e fiquei muito curiosa em conhecer seus vinhos, que fogem à moda dos Primitivos ostensivos , cheios de potência, álcool e açúcar residual. A promessa era conhecer um Primitivo de raiz, que busca expressar o terroir, sem apelos muito artificiais. O vinho correspondeu perfeitamente a essa proposta e se eu tivesse que resumir o que mais se destaca nele é a elegância. Traz aromas de frutas passas e especiarias (pimenta síria), notas animais sutis. Os aromas se confirmam na boca, onde ele se apresenta com uma finesse admirável, muito equilibrado e macio, mas com boa intensidade e persistência. Na minha opinião, este Primitivo de fato eleva o nível da categoria. Importado por @monvin
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Craggy Range Sauvignon Blanc
Delícia de vinho degustado com alunos do Curso de Chef Executivo, do Senac Niterói. Com 10 aninhos, o vinho mostra a sua idade pela cor amarelo ouro, mas nem por isso exibe cansaço. Aromas de frutas tropicais maduras (manga, melão), nuances de aspargos e um fundinho de sílex. Na boca, ele entra vaidoso, exibindo a sua vitalidade genética – fresco, traz cítricos e maracujá e finaliza longo, com manga no paladar. Importado pela @decanter_vinhos
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Quinta da Alameda Santar Jaen 2015
O Quinta da Alameda Jaen 2015 foi uma feliz surpresa, que superou minhas expectativas. A Jaén é uma cepa da Península Ibérica, chamada de Mencía na D.O. Bierzo, da Espanha, onde faz belos vinhos. Vinhos concentrados e envolventes. Em Portugal, o principal local dela é o Dão, região que tem se pautado pela produção de vinhos elegantes. Este não foge à regra e vai bem longe. Com uma bela estrutura, o Quinta da Alameda Jaen apresenta uma cor rubi violeta intenso, muito concentrado e com um nariz que já mostra o perfil de complexa evolução, apesar de ainda jovem. Tem bouquet amplo, de ameixa e tâmara seca, especiarias doces e notas terrosas, de húmus e cogumelo. Tudo muito harmônico, na boca o vinho é intenso, tem notas de frutas pretas e especiarias e ainda apresenta certa adstringência, mas com uma qualidade tânica que confirma sua finesse. Encorpado e elegante. Recomendo muito! Importado pela @monvin @edega
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Bojador Reserva Tinto
O Bojador tinto Reserva é produzido pelo enólogo Pedro Ribeiro, em Vidigueira, – produção Bio no Baixo Alentejo . E um vinho intenso, encorpado, mas que tem uma robustez redonda, que o torna ao mesmo tempo facilmente assimilável. O conjunto de aromas é rico : alia frutas pretas maduras a notas de especiarias doces, baunilha, alcaçuz e que remetem a tosta da madeira, como café, tabaco e cacau. Os taninos são firmes e finos e o vinho segue potente, mas redondo, combinado com sua boa acidez . Um vinho sem arestas, que preenche a cena. Importado pela @winelovers.
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Vinho Tetramythos Retsina
Eu fiquei muito feliz ao degustar este vinho, por alguns motivos: 1) porque ele quebrou um preconceito meu; 2) porque eu consegui aliar o aspecto didático a uma boa degustação; 3) porque foi mais um vinho branco que me trouxe prazer. Degustamos ele numa aula do Passaporte Velho Mundo da Cafa Wine School, em que falávamos de Grécia e o Retsina é um emblema grego, que remete à tradição de adição de extrato da resina dos pinheiros-de-Alepo aos vinhos. Tradição esta que estava aliada à conservação e outros aspectos conjecturais da produção do passado e que se tornou um “gosto cultural”. Por isso, a necessidade dele estar na aula, mas eu já tive experiências anteriores que muito me decepcionaram em relação aos retsinas.No entanto, o meu amigo, Nelton Fagundes, sommelier da Decanter de BH, me disse que gostava do vinho que eles importavam. Confiei nele e escolhi este branco, simplesmente encantador. As notas balsâmicas que sinalizam a presença resina são muito delicadas e se transformam, quando aliadas aos aromas frutados e herbáceos da uva local Roditis, tornando o vinho instigante e muito agradável de se beber. Aromas de pinho, cânfora se misturam a notas cítricas tropicais e ervas (alecrim, tomilho), com um final longo mineral e defumado. Olha, esse vinho nos transporta para uma praia grega e seria ótimo acompanhamento para pratos de peixe cru e crustáceos. Importado por @decanter
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Vinho Blandine le Blanc 2016
Um vinho fresco, para ser bebido em goles fartos, como o verão pede. Aromático e saboroso! Toques cítricos e vegetais-balsamicos: flor de laranjeira, erva-cidreira, chá verde, vegetal tipo erva cidreira, pimentão, pinho..Boca fresca, com fruta e sensação acre/picante ao final. As uvas: típicas do corte da Gascogne (sudoeste francês): Colombard e Ugni Blanc – são trabalhadas para ressaltar aromaticidade e volume do vinho. Importado por @monvin_vinhos.
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Humagne Rouge Vins de Chevalier 2014
O Humagne Rouge des Chevaliers 2014 é de uma variedade que pode ser considerada local, pois é decorrente de um cruzamento entre a Cornalin, do Valle d’Aosta, a noroeste da Itália, e outra variedade desconhecida. Foi introduzida na região vitivinícola suíça do Valais, onde ocupa um lugar de destaque na representatividade dos seus vinhos.
O vinho degustado agora, safra 2014, apresenta certa evolução no aspecto visual e parece já ter chegado ao seu ponto ótimo. E um vinho elegante e rústico ao mesmo tempo. Fazendo uma analogia com perfis humanos – é um senhor de traços finos, mas fechado no trato, com certa rispidez, o que não deixa de ter seu charme. Algo a ver com os suíços? rs No nariz, frutas pretas do bosque e especiarias que se apresentam depois de certa aeração. Na boca, é bem seco, com muita especiaria, pimenta preta, bom equilíbrio e taninos já domados, que exprimem a sua rusticidade. Um vinho sem maquiagem, bem autêntico.
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Chateau de Trignon Rouge 2017
Eu gosto de vinhos tintos do Vale do Rhone – é preciso saber comprar, mas não faltam opções muito agradáveis, vindas do famoso corte GSM ou do mais cobiçado syrah do Rhone Norte. No Passaporte França Online da CAFA BORDEAUX, foram degustados dois e ambos corresponderam à minha expectativa. Este é um AOC Cotes du Rhone genérico, mas a altura de AOCs mais específicas, porque importa mesmo ali é o produtor. Ainda é um vinho jovem, que pede aeração e deve ganhar mais complexidade com alguns anos, mas já exala um aroma delicioso de cassis, amoras, frutas do bosque e as notas defumadas e temperadas do Rhone, que também são reforçadas pelo paladar. Os taninos ainda marcados, mas finos, aliado a uma boa acidez contrabalançam o álcool mais caloroso da região. E um vinho muito gastronômico, que pede carnes como lombo, filé, um embutido ou uma massa medianamente encorpada, a base de molho de tomate. Importado pela @monvin
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Riesling Miramar Casa Marin D.O. lo Abarca 2018
Eu sou fã de vinhos brancos e, dentre eles, tenho uma queda para os da cepa Riesling, porque ela consegue combinar acidez, frescor mineral com fruta madura, deixando ainda uma forte personalidade. Mas Riesling, apesar da sua nobreza, não é como Sauvignon Blanc e Chardonnay que a gente encontra por toda parte e, quando encontra, ela às vezes vem carregada de petróleo ou esquece o pendor mineral. Os melhores extratos normalmente são de origem alsaciana e alemã. Por isso, esse Riesling chileno me surpreendeu, porque é uma Riesling vizinha, mas com uma finesse que não deixa nada a desejar para os seus protótipos enológicos. A Casa Marín está de parabéns e mostra que terroir apropriado com boa enologia resultam em excelentes vinhos, não importa a origem. Este Riesling vem de vinhedos altos da costa pacífica chilena, onde a Riesling amadurece lentamente em solos calcários e graníticos. Vinhedos com 20 anos, boa exposição e baixo rendimento explicam a base deste vinho, com equilíbrio perfeito entre, de um lado, a acidez mineral e cítrica da casta e, de outro, o volume e as notas maduras de pêssego e damasco alcançadas pela adequada colheita e vinificação. Vinho para beber sem parar ! Importado pela @monvin_vinhos
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Trapi del Bueno Hand Made Pinot Noir 2018
Este é fruto de investimento na Patagônia chilena (Osorno Valley). E um vinho delicado, sem a concentração mais típica de vinhos tintos chilenos, com apenas 12,5% de álcool, mas é de uma delicadeza com personalidade – e é esta a sua força, a capacidade de se afirmar suavemente, além de um perfeito equilíbrio. Com um nariz de frutas vermelhas frescas, ele vai mostrando as nuances terrosas (sous-bois) do campo, de uma Pinot Noir bem adaptada aos solos vulcânicos da região. O uso moderado de madeira usada deixa a sua marca, mesmo que sutil, trazendo notas terciárias picantes de gengibre, cravo e raspas de laranja. Na boca é frutado e mineral e levemente temperado – te chama para um novo gole. Belo trabalho! Importado pela @dagirafa.com.br
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Escola de Vencedores
says:Olá! Tudo bem?
Ótimo trabalho!
Desejo-lhe sucesso
Que Deus abençoe.
Mundo Feminino
says:Olá tudo bem? Espero que sim 🙂
Adorei seu artigo,muito bom mesmo!
Abraços e continue assim.