Chegamos ao final de 2020 inevitavelmente impactados pela pandemia, com uma reviravolta em vários setores. No setor de vinhos não foi diferente, mas como já publicado em outro artigo, o consumo de vinhos pelos brasileiros aumentou. Segundo relatório da Brazil Wine Landscapes 2021, publicado pela Wine Intelligence, a base de consumidores regulares de vinhos no Brasil aumentou em 3 milhões de pessoas entre 2019 e 2020. Houve sim uma reviravolta, que favoreceu alguns formatos de empreendimentos, como os supermercados, lojas especializadas e o e-commerce e desfavoreceu outros, como bares e restaurantes. Como muitas pessoas não viajaram, algumas importadoras conseguiram comercializar vinhos muito caros, comprados anteriormente no exterior. Analisados em conjunto, entre perdas e ganhos, o saldo foi positivo para o setor.
Os números revelam também um crescimento substancial do consumo de vinhos nacionais, que, segundo a Ideal Consulting, cresceu 106% entre janeiro e setembro de 2020, em comparação com os números de 2019. Os vinhos importados foram mais impactados pelas altas dos câmbios do dólar e do euro, e os espumantes nacionais, que já eram bem apreciados pelos brasileiros, dispararam nas vendas. Segundo relatório da Uvibra, no mês de outubro, 72% das garrafas dos produtos nacionais comercializados no Brasil eram espumantes – o equivalente a 4,6 milhões de litros. O otimismo se consolidou ainda com a excepcional qualidade da safra de 2020, considerada a “Safra das Safras”!
Certamente, a paixão pelo consumo de vinhos (uma bebida de consumo ritualizado) veio ocupar o vazio deixado por outras distrações severamente limitadas neste ano. Diante deste saldo, creio que 2020 será um marco para a história do mercado de vinhos no Brasil. Para brindar a virada, é hora de beber espumantes, fartamente disponíveis no mercado, desde os de grande giro, feitos pelo método charmat – com segunda fermentação em autoclaves e rápida disponibilidade para venda – a espumantes de elaboração mais lenta e complexa, pelo método clássico, que concorrem com as grandes referências de qualidade do mercado internacional.
A virada do ano pode ser brindada também com champanhe, mas isso pede alguns dólares a mais. No entanto, a oferta hoje se multiplicou tanto, que é possível achar opções com melhores relações preço/qualidade. O método champenoise, que é a marca do espumante francês mais consagrado mundialmente, é praticado em larga escala no mundo, a começar pelos Crémants, procedentes de outras regiões francesas, que não podem ser chamados de champanhe. Da Romênia aos EUA, do hemisfério sul ao norte, é possível encontrar a nobre e excitante bebida efervescente em vários cantos do mundo.
O Cava, espumante espanhol já consagrado mundialmente, é uma alternativa ao champanhe, pelo seu custo inferior, embora de qualidade mais variável. Produzidos pelo método clássico, o centro da produção dos Cavas fica na região da Catalunha, mas 159 municípios estão autorizados a fornecer uvas para a sua produção. A maior parte dos Cavas brancos resultam do corte de uvas autóctones Macabeo, Xar-elllo e Parellada. Os rosados podem vir da Garnacha, Monastrell, Pinot Noir e Trepat. O tempo mínimo de autólise dos espumantes é de nove meses.
Os proseccos são muito apreciados e comercializados também no Brasil, mas boa parte deles resulta do método Charmat. A alternativa mais nobre italiana fica por conta da DOCG Franciacorta, autorizada em 1995 e localizada na região da Lombardia, norte da Itália. Muitos investimentos foram empregados para a produção deste espumante, que se afirma como o “champanhe italiano” e que exige, no mínimo, 18 meses de autólise para os seus produtos.
Vou elencar alguns nomes de bons espumantes do método tradicional (listados em ordem alfabética) que podem ser encontrados no mercado brasileiro, para quem ainda não comprou sua garrafa.
Brasil – Venda direta ou distribuídos em sites, lojas especializadas e supermercados
Adolfo Lona Mulier Orus Rosé (Casa Rio Verde) | R$ 284,30 |
Aurora Pinto Bandeira Método Tradicional Extra Brut 24M | R$ 100,00 |
Casa Valduga 130 Brut Branco ou Rosé | R$ 130,00 |
Cave de Geisse Terroir Nature Vintage 2015 | R$ 195,00 |
Don Guerino Blanc de Blanc Nature Tradicional | R$ 128,00 |
Lírica Brut Vinícola Hermann (Decanter) | R$ 98,00 |
Peruzzo Extra Brut Método Tradicional | R$ 87,00 |
Valmarino Brut Método Tradicional | R$ 63,00 |
Viapiana Nature Champenoise 575 Dias | R$ 125,00 |
Importados
Andre Delorme Crémant De Bourgogne Brut (Grand Cru) | R$ 195,00 |
Antica Fratta Franciacorta Extra Brut DOCG (World Wine) | R$ 276,50 |
Aphros Phaunus Esp. Extra Brut – Minho (Wine Lovers) | R$ 287,00 |
Arnoux Crémant du Jura Brut Nature 2014 – França (Adega) | R$ 389,00 |
Cava Secret Reserva Brut Nature (Edega) | R$ 125,00 |
Cava Bonaval Brut Rosé (Cave di Baco) | R$ 82,50 |
Cava Viña Romale Rosado Brut Nature (Wine Lovers) | R$ 112,00 |
Champagne Barons de Rothschild Brut (Edega) | R$ 796,00 |
Champagne Barbier Louvet Cuvée Ensemble-Grand-Cru (Enoeventos) | R$ 297,00 |
Quinta das Bageiras Bruto Colheita Natural 2017 – Bairrada (Premium Wines) | R$ 183,12 |
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says:Aqui é a Carla Da Silva, gostei muito do seu artigo tem
muito conteúdo de valor parabéns nota 10 gostei muito.