Entre o vinho complementar sagitariano e um aquariano bem sedutor
Hoje, 21 de junho, se encerra o ciclo do signo solar de Gêmeos, iniciado em 21 de maio. Para dar continuidade à série de boas parcerias enológicas, segundo a astrologia, trago alguns dados sobre o perfil geminiano e suas combinações relacionais, antes de sugerir os vinhos.
Conforme visto no Zodíaco dos Vinhos, Gêmeos é um signo de Ar, regido pelo planeta Mercúrio, representado por Hermes na mitologia grega, chamado de o deus mensageiro, que conecta as pessoas. Todos os signos de elemento ar são pouco fixos, gostam de movimento, apresentam uma mente inquieta e certa instabilidade – podem mudar de ideia e comportamentos mais facilmente. De certo modo, o planeta regente do geminiano reforça esse aspecto inquieto, devido à sua rápida e incomum órbita em torno do Sol. Assim, a sociabilidade é o emblema geminiano. São identificados pela astrologia como comunicadores inatos, rápidos, criativos, mutáveis.
A pesquisa sobre a sinastria para os geminianos aponta duas tendências: uma sintonia com os outros signos de ar, que vão acompanhar seu frenético ritmo mental, sem risco de muita rotina; e a segunda conexão seria com os signos de fogo, que podem arrebatá-los com sua energia mais calorosa. A partir do cruzamento entre estes signos e da observação dos vinhos que indiquei na série Zodíaco dos Vinhos, vou apostar na aliança de Gêmeos com Sagitário e Aquário.
Sagitário é o signo complementar de Gêmeos, aquele que ocupa a posição oposta na roda zodiacal. Normalmente, os signos complementares apresentam certas afinidades entre si e diferenças que podem atuar como pontos de equilíbrio entre um e outro. No caso do sagitariano, ele acompanha o ritmo expansivo do geminiano, mas é menos mental, mais impulsivo e caloroso.
Voltando para os vinhos, creio que as cepas indicadas para todos os decanatos de Sagitário sejam representativas desse perfil enérgico e adaptável, que manteriam o geminiano inspirado. No entanto, vamos eleger a cepa clássica sagitariana como aquela que pode acalmar a sua agitação, sem inibir a sua energia.
Falo da uva Merlot, uma das variedades mais plantadas no mundo, que gera vinhos varietais e é parte importante do nobre corte bordalês. A Merlot possui boa concentração de cor e álcool, taninos medianos, aromas de frutas pretas, como amora e ameixa. Em passagem por madeira, pode ganhar notas de baunilha, chocolate, evoluindo para notas de couro com o envelhecimento. Nem o tanino nem a acidez são muito altos, resultando em um vinho de bom corpo, mas sem muita austeridade.
A segunda sinastria proposta é com outro signo de ar. Além de Gêmeos, temos Libra e Aquário, e ambos são vistos como bons encontros para o geminiano. No entanto, creio que o primeiro possa acirrar a tendência à oscilação geminiana e acho que Aquário seja uma escolha mais precisa.
Signo também muito mental, famoso pelo seu espírito transformador dos costumes, pela sua excentricidade, nos vinhos, o aquariano não poderia ser diferente. Dentre os indicados pelo Zodíaco, acredito ser mais cauteloso sugerir o menos “diferente” para o geminiano. Afinal, embora este não seja um signo conservador, vinhos muito conceituais podem provocar a sua curiosidade, mas serem pouco envolventes. Quero dizer que o aquariano gosta de bancar a diferença mesmo que ela não seja tão aprazível, mas o geminiano se entedia facilmente daquilo que não sustenta o seu interesse.
O vinho da cepa do primeiro decanato, Riesling, será capaz de arrebatá-lo sensorialmente, mantendo a sua energia frenética, com o toque de autenticidade aquariano. A Riesling é uma cepa nobre, com aromas notáveis (desde cítricos a minerais), de sutil excentricidade. Pode gerar vinhos secos, meio secos, doces, que, pela sua acidez vertical, conseguem envelhecer ganhando qualidade arrebatadora. Impossível o geminiano se entediar!
